A ferida
Real, real, porque me abandonaste?
E, no entanto, às vezes bem preciso
de entregar nas tuas mãos o meu espírito
e que, por um momento, baste
que seja feita a tua vontade
para tudo de novo ter sentido,
não digo a vida, mas ao menos o vivido,
nomes e coisas, livre arbítrio, causalidade.
Oh, juntar os pedaços de todos os livros
e desimaginar o mundo, descriá-lo,
amarrado ao mastro mais altivo
do passado. Mas onde encontrar um passado?
Fugir de nós para encontrar um sentido. Imaginar quem nos ama ou nos amou, para disfarçar a solidão: Deus e os homens.
É violento reconhecer que não está ninguém em nenhum tempo. A pintura é de Derek Buckner.
6 comentários:
Existe sempre alguém...mas não à nossa maneira, não de acordo com os nossos critérios ou expectativas.
Bom é saber acolher quem vem, sem impor a nossa hospitalidade...
Impor? Apenas devemos exigir respeito. Quem vem, nos dias de hoje vem por vir.
E essa é a melhor maneira de vir, de estar e de viver.
Repito, mais devagar:
Existe sempre alguém...mas não à nossa maneira, não de acordo com os nossos critérios ou expectativas.
Bom é saber acolher quem vem, sem impor a nossa hospitalidade...
Acrescento: quem ama não vem por vir, nem está por estar.
Vem...e isso é o importante.
Saibamos acolher quem vem...
Não vale tirar comentários.
Então?
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