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Marianne: If only we could meet as the people we were meant to be. And not as people who try to play the parts that all sorts of powers have assigned to us.
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Johan: I'm afraid that's impossible. The masking starts in the cradle and goes on all through life. No one in the world can find himself, as you say.
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Marianne: It's not true. I live a much more honest life now than I've ever done..
Johan: And happier?
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Marianne: All that talk about happiness is nonsense. My greatest happiness is to eat a good dinner.
Nota: Em Cenas da Vida Conjugal, Bergman faz a 'exposição das feridas' da vida e das próteses. O poder, o ter e o ser que se desejou são conjugues do titânio. Após fechar, por dentro, a porta de entrada da casa não há mais ninguém, mas imagino ali os meus filhos. Estou só à mesa, mas ponho quatro peças de fruta e se o silêncio continua, movo-me. De noite imagino a presença do meu amor. E se por tempo fico com os olhos fixos, cerro-os devagarinho com os dedos da mão.
2 comentários:
"Bergman faz o elogio das próteses da vida."
Tanto quanto me lembro, Bergman não faz qualquer elogio. Mas apenas expõe a ferida da insanidade humana...
O problema não estará na dificuldade de contenção, na incapacidade de medirmos a pequenez do nosso umbigo face à grandeza de alma e, nessa medida, não darmos tanta importância ao nosso eu e às suas pretensas exigências de reconhecimento e afago?
Quando Marianne responde diz 'A minha grande felicidade é comer um bom jantar.' não está só a mostrar a ferida, está a construir uma cicatriz, está a tapá-la e com isso sente-se melhor. Isto acontece com as todas as personagens do filme. Mais claro em Johan. É a isso que chamo 'prótese'. A persona-máscara que nos alivia. Mas, talvez tenhas razão quando falas só de 'exposição' e não de elogio. Um abraço.
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