Kahlil Gibran - O vazio dentro de nós

 

As árvores são poemas

que a terra escreve sob o céu.

Nós derrubámo-las,

e com elas fizemos papel,

para podermos registar o vazio dentro de nós.


      E o resto, Sr. Kahlin, que é muito mais do que o vazio!?


4 comentários:

Anónimo disse...

Afinal, Kahlil ou Kahlin?

Seja qual for o nome, o dito senhor tem e não tem razão.
Valerá a pena derrubar árvores para se escrever o vazio?
Há o resto? O resto traduz bem o conteúdo da palavra resto.
O resto é nada, pó, vento que passa. Isto é, vazio.
Preenchemos com palavras o resto e iludimo-nos.
Não? Ah! O amor, a amizade, deuses, a santidade, a poesia...Palavras que procuramos em desespero que contenham algo. Apenas o vazio de alguns impulsos biológicos formatados pela sociedade. Somos bichos que derrubamos árvores para nelas inscrever o vazio que nos espera.

António de Figueiredo Nunes disse...

Pelos dados partilhados na web, o nome do poeta é Gibran Khalil Gibran, mas a transferência do árabe para as línguas ocidentais pode nem sempre ser idêntica. Nasceu no Líbano e morreu em Nova York no final dos anos 30.

"Há o resto? O resto traduz bem o conteúdo da palavra resto. O resto é nada, pó, vento que passa. Isto é, vazio." A natureza detesta o vazio, a natureza humana também e é, na maior parte das vezes, no papel que ficam os nossos jardins que já foram de Salomão. É nessas bibliotecas de papel que vamos buscar a maiúscula V da vida. Por isso, por o resto e não pelo vazio, vale a pena cortar as árvores. Obrigado pela participação.

Anónimo disse...

Os nomes: no título aparece Khalil. No seu comentário escreve Khalin.

Não sei o suficiente de ciência para confirmar que a natureza detesta o vazio. Para além do facto de estarmos a atribuir sentimentos à natureza. A natureza detesta?!!!!
A maioria das pessoas detesta o vazio, sim, o vazio do silêncio, o vazio da solidão, o vazio existencial. Vivem disso os psiquiatras.
Quanto às bibliotecas de papel que nos dão o V da vida, muitas dúvidas tenho sobre o efeito desse papel na vida das pessoas (que não leem, logo não têm esse V, coitadas), apenas nos dão a ilusão desse V (Marcel Proust explicou).
Conclusão: a vida é nada, mas é melhor que nada. Contradição? Só na aparência.

António de Figueiredo Nunes disse...

"A natureza detesta o vazio" é uma frase de De Gaulle quando visitou os campos da batalha de Verdun, ao constatar que a erva tinha crescido e ocultado os lugares da batalha. É uma maneira de dizer.

Quanto à Vida, eu estou a tentar morrer cheio e sereno. Todas as manhãs, antes de sair de casa, rezo e como um pedaço de pão. Depois é só multiplicar no espirito e no corpo. Abraço.

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