As mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões
E muitas transformam-se em árvores cheias de
ninhos – digo,
As mulheres – ainda que as casas apresentem os
telhados inclinados
Ao peso dos pássaros que se abrigam.
É à janela dos filhos que as mulheres respiram
Sentadas nos degraus olhando para eles e muitas
Transformam-se em escadas
Muitas mulheres transformam-se em paisagens
Em árvores cheias de crianças trepando que se
penduram
Nos ramos – no pescoço das mães – ainda que as
árvores irradiem
Cheias de rebentos
As mulheres aspiram para dentro
E geram continuamente. Transformam-se em pomares
Elas arrumam a casa
Elas põem a mesa
Ao redor do
coração.
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