Ela
era como uma ameixa
negra
aberta
estourando
de madura
Ela
era deliciosa
como
uma
cabeça de negro
à
beira do barranco
brilhando
ao sol
Ela
era uma menina travessa
na
ponta
dos
pés
pingando
leite do corpo inteiro
Ela
roubava ovos e mais ovos
e
dava risada
das
galinhas
e do
galo que não podia fazer nada
O poema retrata o riso da menina como um gesto de resistência
e inocência diante de um mundo áspero. A linguagem simples cria uma forte carga
simbólica: o riso rompe silêncios, desarma violências e expõe hipocrisias
adultas. Há o contraste entre leveza infantil e dureza social, sugerindo perda
precoce da pureza.

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