As
coisas belas,
as
que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por
que motivos serão belas?
E
belas, para quê?
Põe-se
o Sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama
cores porque os meus olhos veem.
Mas
por que será belo o pôr do sol?
E
belo, para quê?
Se
acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas
só são coisas quando percebidas,
por
que direi das coisas que são belas?
E
belas, para quê?
Se
acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem
precisarem de ser coisas percebidas,
para
quem serão belas essas coisas?
E
belas, para quê?
O poema celebra a beleza quotidiana e simples, valorizando o olhar sensível sobre o mundo comum. O eu lírico exalta a capacidade humana de descobrir encanto nas pequenas coisas — um gesto, um som, uma imagem — revelando que a beleza não reside apenas no extraordinário, mas na forma como percebemos a realidade. A linguagem é clara e musical, aproximando a poesia da ciência, característica de Gedeão, que une racionalidade e emoção. Assim, o poema transmite uma mensagem humanista e otimista: a beleza está em tudo, basta ter olhos para a ver.

Sem comentários:
Enviar um comentário