Diz-me
Como
vão as coisas lá na minha terra
Como
está o verde dos pinhais da serra
Se os pássaros cantam ao entardecer.
Diz-me
Se o
ribeiro ainda cintila ao passar
Se
os peixes se vêem no rio e no mar
Se a água da fonte se pode beber.
Diz-me!
Não
me digas que não é assim
Não
me digas que a fonte secou
Que
o ribeiro tão negro ficou
Nem
os peixes lá podem viver.
Não
me digas que nada é assim
E
que as aves fugiram dos ninhos
E
nas silvas que há pelos caminhos
As
amoras não vão mais nascer.
Diz-me
Como
vão as coisas lá na minha aldeia
Se
ainda se canta ao findar da ceia
Se
ainda há histórias para ouvir contar
Diz-me
Se
há pelos muros lilazes florindo
Se
ainda há o perfume das rosas abrindo
Se ainda há rebanhos no prado a pastar.
Diz-me!
Não
me digas que não é assim
Não
me digas que a fonte secou
Que
o ribeiro tão negro ficou
Nem
os peixes lá podem viver.
Não
me digas que nada é assim
E
que as aves fugiram dos ninhos
E
nas silvas que há pelos caminhos
As
amoras não vão mais nascer.
Não
me digas que não é assim.
O poema celebra o encontro entre o grupo Retimbrar, o Rancho Folclórico Tradições do Baixo Douro e os centenários Mareantes do Rio Douro, a quem se deve o ritmo que deu chão à canção. As palavras, são do poeta gaiense José Guimarães e foram reavivadas em música por Sara Yasmine. No mesmo dia em que ia ser apresentada ao público foi decretado luto nacional pelos incêndios de Pedrógão Grande e o poema voltou a fazer um sentido imenso. Parte dele, revestido de uma certa serenidade. Outra nem tanto.
in, nota YouTube
1 comentário:
Boa descoberta a deste grupo. Obrigado. E, já agora, bem vindo de volta. David
Enviar um comentário