Um cronópio topa com uma flor solitária no meio dos campos.
Primeiro vai para arrancá-la, depois pensa que é uma crueldade inútil e põe-se-lhe à beira, de joelhos, brincando alegremente com a flor, a saber: acaricia-lhe as pétalas, sopra-lhe para dançar, zumbe como as abelhas, cheira-lhe o perfume e deita-se por fim por baixo da flor, adormecendo envolto numa grande paz.
A flor pensa: "É como uma flor".
Nota: O cronópio é um ser imaginário que nasceu da fantasia do seu
criador, o escritor argentino Julio Cortázar (1914-1984). O escritor deu a
conhecer em algumas entrevistas, que os cronópios nasceram na sua mente num
belo dia, em 1952, enquanto presenciava uma representação musical do maestro
Igor Stravinsky.
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