Sento-me
à varanda a contemplar a noite.
A minha
mãe dizia que não me valia a pena
estar
abatido,
"mexe-te",
gritava, "faz alguma coisa".
Mas
eu nunca tive muita queda para ser feliz,
a minha
mãe e eu éramos diferentes
e
jamais conseguimos entender-nos.
Porém,
há algo que queria contar aqui,
às
vezes, quando tenho muitas saudades,
abro
o roupeiro dos vestidos dela
e
meto-me lá dentro,
como
se chegasse a um lugar
após
uma longa viagem.
Parece
absurdo, mas no escuro e com aquele cheiro
estou
certo de que nada nos separa.
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