Mariana Finochietto - Estirpe

 


Há mulheres

que usam

entre os dedos a fragilidade,

como jóia do vento.

Aves raras,

de delicada beleza,

quando sorriem,

o riso as penetra

como se bastasse vê-las por dentro

para compreender a felicidade.

Movem-se nesse branco território

entre o ingénuo e o sabido,

porque nasceram velhas

e caminham, como em sonhos,

para a inocência.

São da estirpe que não baixa os olhos,

as que hão-de herdar a terra.


    A pintura é de Charles Courtney Curran.


Sem comentários:

Arquivo do blogue