Tinha
um cravo no meu balcão:
veio
um rapaz e pediu-mo
–
mãe, dou-lho ou não?
Sentada,
bordava um lenço de mão:
veio
um rapaz e pediu-mo
–
mãe, dou-lho ou não?
Dei
um cravo e dei um lenço,
só
não dei o coração:
mas
se o rapaz mo pedir
–
mãe, dou-lho ou não?
Como nas cantigas de amigo há um refrão, neste caso um refrão
que implica uma escolha. A mãe é sujeita a uma série de pedidos: cravo, lenço,
coração. Como nas cantigas de amigo, sentimos a dúvida, a ansiedade, o
despertar dos amores. Deu o cravo e o lenço, mas e o coração? Isto prova, que o tema amoroso, passem os séculos que
passarem, é omnipresente.
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