Paul Celan - As sombras do amor




Quem arranca de noite o coração do peito deseja a rosa.

Pertencem-lhe a sua folha e o seu espinho.

A esse põe ela a luz no prato,

com o seu sopro enche-lhe os copos,

só para ele sussurram as sombras do amor.

 

Quem arranca de noite o coração do peito e o arremessa ao alto:

não falha o alvo, apedreja a pedra,

a esse bate-lhe o sangue fora do relógio,

o tempo faz-lhe soar na mão a sua hora:

pode brincar com bolas mais bonitas

e falar de ti e de mim.


      Não esqueço um verso deste poeta "A morte é uma flor que só abre uma vez"  e leio o poema acima, como sendo sobre a beleza e a tristeza de viver. A tradução é de João Barrento.


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