Falei de ti com as palavras mais
limpas
Viajei, sem que soubesses, no teu
interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa
para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma
sombra
ali posta para não reparares em
mim.
Andei pelas praças anunciando o
teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio,
madrugada.
Em tudo o mais usei da parcimónia
a que me forçava aquele ardor
exclusivo.
Hoje os versos são para
entenderes.
Reparto contigo um óleo
inesgotável
que trouxe escondido aceso na
minha lâmpada
brilhando, sem que soubesses, por tudo o que fazias.
Há tantas pessoas que amamos, assim.
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