Já um dia te matei.
foi com um caderno de trabalhos manuais
queimado.
trinta anos para te fazer dois furos
e arquivar-te com os essenciais da semana
no saco que a dona cristina nossa senhora porteira
entregou a um homem que veio num camião
grande.
em qualquer momento me rio
quando ouço nas outras celas
comentários à cenografia do maçarico.
in, A Nova Asmática Portuguesa
Cada ser humano mata o passado à sua maneira. Apenas um pequeno grupo o vai gerindo, relembrando com tristeza, o "camião grande" e a construção das paredes.
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