Ana Hatherly

Se eu pudesse dar-te aquilo que não tenho
E que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo com que sonhas
E o que só por mim poderá ter sonhado

Se eu pudesse dar-te o sopro que me foge
E que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo que descubro
E descobrir-te o que de mim se esconde

Então serias aquele que existe
E o que só por mim poderá ter sonhado.

in, A Idade da Escrita


   A vida é um jogo de completudes sempre incompletas, mas são esses desequilíbrios que lhe dão sentido. Ali, onde se oferta a parte e se recebe a outra, é que desponta o mistério.

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