Paul McCartney em Paris na La Défense Arena



      As minhas filhas, Dolores e Lara, foram ontem a Paris ver um homem velho, que não morrerá. Criado na música da indústria, pós invenção Thomas Edison, juntamente com três amigos, fez-nos acreditar que há coisas boas na economia de mercado e que ele fará sempre parte do melhor da cultura Europeia.

      Certo dia, num lugarejo da Serra do Caramulo, fui dar com uma destas minhas filhas, a Lara, atrás de um sofá, com sete ou oito anos, com uma guitarra pequena a berrar "Don’t let me down" e a imitar acordes nos dedos. Os The Beatles estavam dentro dela. Mais tarde, onze ou doze anos depois, assumindo eu as minhas limitações na arte da música, pedi à Lara que estudava então guitarra clássica, para tentar tocar "Blackbird" do Álbum Branco. Passados vinte minutos, o pássaro voava e tornou-se um momento sempre que ela tocava. Dou graças a Deus, por saber que não foi em vão a caminhada.

      Quanto ao Sir Paul, eu também sei o que é viver anos sem a outra parte ao lado. Nunca mais somos os mesmos. Se eu estivesse naquele pavilhão, imaginaria o John e o George junto dele, como nos sonhos. É a vida.  


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