Os demónios que nos rondam

 


      "Não temo os demónios que me rondam, nem os que a vida coloca no meu caminho. O meu verdadeiro medo está dentro de mim, no que sou capaz de fazer quando esses demónios, que às vezes se escondem nas sombras da minha alma, são libertados.

      Eles não chegam com gritos ou fúria; vêm disfarçados de instintos, de sentimentos mal resolvidos, de dores que calei por tempo demais. Eles são as minhas próprias batalhas internas, o meu reflexo distorcido, o meu lado mais obscuro.

      E é aí que reside o verdadeiro desafio: enfrentá-los sem me tornar escrava deles, sem perder o que há de mais humano em mim. Porque, no final, o maior inimigo não está lá fora, mas nas profundezas do meu ser.

      Não tenho medo de demónios alheios. O meu maior temor é o poder que eu tenho de destruí-los — ou de deixá-los vencer quando permito que tomem o controle. Porque o pior confronto que existe é aquele entre o que sou e o que posso me tornar."

      Maria Paula A.

      A tela é de Albert Birkle - Kurfürstendamm

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