Lya Luft

 

Então algo mudou: o tom de voz, o olhar que se

esquiva, a mão que se afasta.

A porta precisa ser fechada, a ponte levantada,

queimados os navios. Levaremos meses, anos esten-

dendo as mãos para um vazio, interrogando uma

ausência.

Encarar a realidade é um modo de morrer. Mas sem

isso, não haverá renascimento.


      Todos teremos de refundar o corpo e a alma quando vier o inverno, mas o essencial nunca mudará.  

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