Falei com uma cabra
Estava só no prado atada
de erva saciada molhada
pela chuva balia
Aquele monótono balir era irmão
da minha dor. E eu não lhe respondi primeiro
por graça depois porque a dor é eterna
Era esta a voz que eu sentia
enquanto a solitária cabra balia
Era uma cabra de rosto semita
Lamentava-se do mal alheio
da alheia desdita.
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