Lucky












      Jorge Luis Borges terá dito "A vida tem o direito de ser desinteressante, a arte não". A personagem Howard (David Lynch) deixou fugir o seu animal de estimação, um cágado, e vive desesperado na sua procura porque a vida para ele é uma constante multiplicação de desejos. O maior é o tempo. Lucky, por seu lado, que parece ter a sabedoria de Salomão, já o deixou fugir há muito tempo, provavelmente em 1945, quando o verdadeiro Franklin Roosevelt morreu. Hoje, pouco ou nada deseja, pouco ou nada procura, apenas sorri. Tudo, isto, em arte. Certo é que as metáforas são importantes mas nunca nos devemos enganar com uma metáfora. Realismo é a vida que vai acabar em breve. Uma obra a não perder.

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