Alberto Augusto Miranda - Morrer à tua porta

O que eu desejava, realmente, era ir, esta noite, morrer à tua porta. 
Mas mora lá tanta gente que tu podias pensar que eu não tinha morrido à tua porta.
Se ao menos o teu quarto tivesse uma varanda.
Ou se praticasse a técnica da transferência e vivesse as imagens da substituição…
ou se sinceramente amasse a minha analista.
Não sublimo os desejos por incapacidade.
E recalco mais este.
Não posso, como desejava realmente, ir morrer à tua porta.
Fico a gemer.
Se, ao menos, tu morresses!


Se morresses continuava a ser 'para sempre'.

Sem comentários:

Arquivo do blogue