Meti os meus dias numa trouxa remendada
e
pus-me a andar.
Eu
mesmo fazia os caminhos que me levavam
longe,
além dos bosques,
pela
beira do mar, pelo mar mesmo.
E na
trouxa, ao pé dos dias
–
infância, juventude, maturidade, velhice –
ia
metendo o pão da esmola.
Às
vezes o pão estava quente ainda e ao tocar-lhe
ressuscitava
aquele dia em que, muito jovem,
vi
uma mulher bela colhendo flores no jardim.
No
sul recebiam-me com copos de vinho.
Mas
é tempo já de voltar, canso-me e nem sei já sonhar.
Como
uma colmeia fendida por um raio,
não
fazem já enxame as abelhas no verão
dentro
de mim. Sonhos não há, nem inquietação.
Acenderei
lume na casa velha e contarei às chamas
de
que modo morre um vagabundo.
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