O
buscador de sombra
reconhece
numa árvore a majestade,
mas
prefere-lhe em segredo a pobreza.
O
pesquisador de símbolos
encontra
na casca das árvores
uma
primitiva caligrafia,
os traços
de uma forma desusada
de
comunicação com a existência:
uma
expressão remota, a mais rudimentar,
de
agradecimento.
Não há
consolação para os desterrados,
para eles
o bosque é a quimera
de um
impossível retorno,
a chuva
de outros dias,
a memória
de uma árvore erguendo-se
entre os
homens e o céu
frente à
porta de casa,
com o
ruído das folhas a disputarem o ar.
Original:
El
buscador de sombra
reconoce
en un árbol su majestuosidad,
pero
elige en secreto su pobreza.
El
rastreador de símbolos
encuentra
en la corteza arrancada de los árboles
una
caligrafía primitiva,
las
huellas de una forma en desuso
de
comunicación con la existencia:
una
expresión remota, la más rudimentaria,
del agradecimiento.
No hay
consuelo para los desterrados:
para
ellos el bosque es la quimera
de un
retorno imposible,
la lluvia
de otros días,
la
memoria de un árbol levantándose
entre el
cielo y los hombres
ante la
puerta de la casa,
el ruido
de sus hojas disputándose el aire.
O poema Árboles é uma reflexão
poética sobre a natureza e a relação do ser humano com o mundo natural. O autor
utiliza a imagem das árvores como símbolo de resistência, vitalidade e conexão
com o tempo. As árvores, imponentes e silenciosas, evocam uma sensação de
permanência frente às mudanças do mundo e do próprio ser humano.

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