Basilio Sánchez - Árvores

 


O buscador de sombra

reconhece numa árvore a majestade,

mas prefere-lhe em segredo a pobreza.


O pesquisador de símbolos

encontra na casca das árvores

uma primitiva caligrafia,

os traços de uma forma desusada

de comunicação com a existência:

uma expressão remota, a mais rudimentar,

de agradecimento.


Não há consolação para os desterrados,

para eles o bosque é a quimera

de um impossível retorno,

a chuva de outros dias,

a memória de uma árvore erguendo-se

entre os homens e o céu

frente à porta de casa,

com o ruído das folhas a disputarem o ar.


  Original:


El buscador de sombra

reconoce en un árbol su majestuosidad,

pero elige en secreto su pobreza.


El rastreador de símbolos

encuentra en la corteza arrancada de los árboles

una caligrafía primitiva,

las huellas de una forma en desuso

de comunicación con la existencia:

una expresión remota, la más rudimentaria,

del agradecimiento.


No hay consuelo para los desterrados:

para ellos el bosque es la quimera

de un retorno imposible,

la lluvia de otros días,

la memoria de un árbol levantándose

entre el cielo y los hombres

ante la puerta de la casa,

el ruido de sus hojas disputándose el aire.


      O poema Árboles é uma reflexão poética sobre a natureza e a relação do ser humano com o mundo natural. O autor utiliza a imagem das árvores como símbolo de resistência, vitalidade e conexão com o tempo. As árvores, imponentes e silenciosas, evocam uma sensação de permanência frente às mudanças do mundo e do próprio ser humano.


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