De
que forma te amo? Deixa-me contar as maneiras.
Amo-te
em profundidade, respiração e altura
A
que pode chegar a minha alma, até perder de vista,
Com
todas as forças do meu Ser e da Graça ideal.
Pelo
nível mais alto a que se chega em cada dia
Na
sua necessidade mais tranquila, ao Sol, mas também
pela
treva iluminada, livre, como se luta p'la Justiça,
Da
forma mais pura, como se prescindisse de qualquer louvor,
Amo-te
com a paixão inteira com que me entregava
Às
minhas dores mais fundas ou com a fé das crianças;
Eu
amo-te com todo o amor com que se perdem os Santos
Mais
queridos. Amo-te da mesma forma que respiro,
Com
risos e lágrimas de toda a minha vida. E, se Deus quiser,
Hei-de
amar-te ainda mais, depois da minha morte.
in, Sonnets from the Portuguese
Original:
How do I love thee? Let me count the
ways.
I love thee to the depth and breadth
and height
My soul can reach, when feeling out
of sight
For the ends of being and ideal
grace.
I love thee to the level of every
day’s
Most quiet need, by sun and
candle-light.
I love thee freely, as men strive for
right.
I love thee purely, as they turn from
praise.
I love thee with the passion put to
use
In my old griefs, and with my
childhood’s faith.
I love thee with a love I seemed to
lose
With my lost saints. I love thee with
the breath,
Smiles, tears, of all my life; and,
if God choose,
I shall but love thee better after
death.
O Soneto é uma profunda declaração de amor. A poeta descreve
as várias formas e dimensões com que ama o seu amado — com a alma, com a razão,
com a fé e com a pureza de uma criança. O amor é retratado como absoluto,
espiritual e eterno, ultrapassando a vida e prometendo continuar depois da
morte. A intensidade dos sentimentos expressa um amor incondicional, que
envolve corpo e espírito. O poema celebra a força redentora e imortal do amor
verdadeiro, tornando-o uma experiência quase divina.

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