Elizabeth Barrett Browning - Soneto XLIII

 

       

De que forma te amo? Deixa-me contar as maneiras.

Amo-te em profundidade, respiração e altura

A que pode chegar a minha alma, até perder de vista,

Com todas as forças do meu Ser e da Graça ideal.

Pelo nível mais alto a que se chega em cada dia

Na sua necessidade mais tranquila, ao Sol, mas também

pela treva iluminada, livre, como se luta p'la Justiça,

Da forma mais pura, como se prescindisse de qualquer louvor,

Amo-te com a paixão inteira com que me entregava

Às minhas dores mais fundas ou com a fé das crianças;

Eu amo-te com todo o amor com que se perdem os Santos

Mais queridos. Amo-te da mesma forma que respiro,

Com risos e lágrimas de toda a minha vida. E, se Deus quiser,

Hei-de amar-te ainda mais, depois da minha morte.


  in, Sonnets from the Portuguese


  Original:

How do I love thee? Let me count the ways.

I love thee to the depth and breadth and height

My soul can reach, when feeling out of sight

For the ends of being and ideal grace.

I love thee to the level of every day’s

Most quiet need, by sun and candle-light.

I love thee freely, as men strive for right.

I love thee purely, as they turn from praise.

I love thee with the passion put to use

In my old griefs, and with my childhood’s faith.

I love thee with a love I seemed to lose

With my lost saints. I love thee with the breath,

Smiles, tears, of all my life; and, if God choose,

I shall but love thee better after death.


      O Soneto é uma profunda declaração de amor. A poeta descreve as várias formas e dimensões com que ama o seu amado — com a alma, com a razão, com a fé e com a pureza de uma criança. O amor é retratado como absoluto, espiritual e eterno, ultrapassando a vida e prometendo continuar depois da morte. A intensidade dos sentimentos expressa um amor incondicional, que envolve corpo e espírito. O poema celebra a força redentora e imortal do amor verdadeiro, tornando-o uma experiência quase divina.


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