O
professor faz uma pergunta.
Tu
sabes a resposta, desconfias
que
és o único na sala de aula
que
sabe a resposta, porque a pessoa
em
questão és tu próprio, e nisso
és a
maior autoridade viva,
mas
não levantas a mão.
Levantas
a tampa da tua carteira
e
tiras uma maçã.
Olhas
pela janela.
Não
levantas a mão e há
uma
beleza essencial nos teus dedos
que
nem sequer tamborilam, permanecem
apenas
rasos e descansados.
O
professor repete a pergunta.
Para
lá da janela, num ramo saliente,
um
pisco agita as penas
e
sente-se no ar a primavera.

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