Nunca
fui mais para ti do que um pedaço
de
mármore, em que esculpiste o meu corpo,
um
corpo de mulher branco e belo,
onde
nunca viste mais do que pedra
e o
orgulho, isso sim, do teu trabalho.
Nunca
imaginaste como eu te amava
e
que estremecia quando, suave,
me
moldavas os seios e os ombros,
ou
me alisavas os músculos e o ventre.
Hoje
estou num parque, onde sofro
os
rigores do frio no Inverno
e
ardo no Verão de tal modo
que
nem mesmo os pardais me vêm
pousar
nas mãos porque escaldam.
De
tudo, porém, o que me dói mais
é
baixar a cabeça e reparar na placa:
"Nu
de mulher", como muitas outras.
Nem
de me dar um nome te lembraste.

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