Maria Gabriela Llansol

 


Não há mais sublime sedução do que saber esperar alguém.

Compor o corpo, os objectos em sua função, sejam eles

a boca, os olhos, ou os lábios. Treinar-se a respirar

florescentemente. Sorrir pelo ângulo da malícia.

Aspergir de solução libidinal os corredores e a porta.

Velar as janelas com um suspiro próprio. Conceder

às cortinas o dom de sombrear. Pegar então num

objecto contundente e amaciá-lo com a cor. Rasgar

num livro uma página estrategicamente aberta.

Entregar-se a espaços vacilantes. Ficar na dureza

firme. Conter. Arrancar ao meu sexo de ler a palavra

que te quer. Soprá-la para dentro de ti ------------

-------------- até que uma dor alegre recomece.


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