Não
sei se é amor que tens, ou amor que finges,
o
que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já
que o não sou por tempo,
seja
eu jovem por erro.
Pouco
os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém,
se o dão, falso que seja, a dádiva
é
verdadeira. Aceito,
cerro
olhos: é bastante.
Que
mais quero?
Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa.
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