Saio
sozinha, a caminhar pela neve,
como
quem se esquecesse de viver
por
instantes – depois do amor –
ainda
tu dormes.
São
os derradeiros frios
e eu
já sinto, sob a pele tão branca
deste
inverno a terminar,
raízes
e mais raízes, bolbos
e
sementes, multidões famintas
de
sol por baixo da terra.
Caminho
sozinha sobre a pele tão branca
deste
final de inverno
e em
cada passo
adianto, sem querer, a primavera.
A pintura: Emile Antoine Bourdelle.
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