Juan L. Ortiz - Para quê o vinho

 


Para quê o vinho, amigos meus,

se a lua, além, se despenha ébria nas águas?


Ide até à borda e sede dela, alheia docemente

em sua própria dança,

com os seus véus de silêncio que, de ténues, se igualam à areia.


Sede dela, que mesmo o eucalipto está nela, mais pálido.

E talvez, talvez, um momento perdidos, amigos meus,

encontreis pela mão, a seguir, no centro do baile,

figuras precárias e incrivelmente ligeiras, no fim da dança.


Para quê o vinho, então, se assim sereis mais ligeiros?


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