Joaquim Manuel Magalhães - Paremos nas aparências

 


Paremos nas aparências,

pareces dizer com os teus olhos

eivados de noite, sedentários.

Falta a este amor que força

Do amor? E o falcão

voa muito baixo, sob muros.


Estar sozinho é o preço

duma vida? Um horizonte

de mágoa nas estrelas.

O silêncio cruza tão distante

entre o teu desterro e a minha

exclusão. As ruas noturnas

serão nossas alguma vez?


É a morte que nos faz viver?


      in, De súbito uma luz com um toldo vermelho


      Em que dia é que eu morri? Não sei.


Sem comentários:

Arquivo do blogue