Kabir, 1440-1518

 


Em todas as coisas se acendem as luzes

Como és cego não as consegues ver

Um dia os teus olhos abrir-se-ão e verás

As algemas da morte cairão por si sós

Nada a dizer nada a escutar nada a fazer

Aquele que vive ainda que morto

não morrerá nunca

Por que vive na solidão

o asceta diz que a sua casa fica longe

O teu sonho está junto a ti

Porque sobes ao alto da palmeira para encontrá-lo

ou te pões a adorar a pedra

que tu mesmo levantaste?


Versão de Joge Sousa Braga


      Kabir, 1440-1518, foi um dos grandes poetas místicos da Índia medieval, cujos escritos influenciaram o hinduísmo. Também é conhecido por ser crítico tanto do hinduísmo como do islamismo, ao defender que foram mal orientados pelos Vedas, questionando a hipocrisia e os rituais de iniciação sem significado, evidentes em várias práticas religiosas da época. Durante a vida, ele foi ameaçado tanto por hindus quanto por muçulmanos. Este poema desperta para o encontro com o sagrado.


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