Sairia
como quem entrou,
relutante,
para
se servir
do
que o dinheiro pudesse pagar.
Não
queria gastar muito.
Sairia
como quem se sente apertado
apesar
do espaço se ter entretanto tornado mais largo,
no
corpo cediço de fêmea seca e de fertilidade duvidosa.
Sairia
como quem se limpa para arrancar da pele
o
que restou da carne.
À
sua volta,
as
coisas continuariam como nunca foram.
No
cálculo do esforço e do prazer,
tão
gastas coxas só prometiam trabalho.
Na
história, como nas putas, paga-se sempre,
use-se
ou não.
A Sra. Madalena trabalha em Edimburgo, cursou filosofia e é arquiteta paisagista. Além disso, escreve poemas violentos. Este, parece descrever uma relação sexual, provavelmente o encontro entre um cliente e uma prostituta. Só que, como o título do poema é "Brexit", transfigura-se a cena de sexo numa parábola: o Reino Unido é o cliente e a Europa a meretriz. Nada a dizer.
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