Vítor Matos e Sá

 

Toma – é para ti

esta primeira rosa


Tem o nome tranquilo

das coisas que ninguém chama


Dorme de olhos leves e é talvez

o vulto mais puro da ternura


Morre, depois, de ser tão plena

e cai, no último instante, para dentro

de todos os dias que a guardaram.


      Que falta nos fizeste Vítor. Tu que dizias "Poesia é a visita do tempo nos teus olhos, é o beijo do mundo nas palavras por onde passa o rio do teu nome". Não se morre, assim, Vítor. Sempre te imaginei colhido por um touro, colhido por alguma palavra manhosa, mas nunca num acidente numa estrada espanhola. Não envelheceste connosco, deixa lá, à falta de melhor envelhecemos nós contigo.


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