Luljeta Lleshanaku

 


Quando pela primeira vez olhei para uma pintura verdadeira

dei alguns passos atrás instintivamente

sobre os calcanhares

procurando o local exacto de

onde pudesse explorar a sua profundidade.


Foi diferente com as pessoas:

Construi-as,

amei-as, mas não cheguei a amá-las plenamente.

Nenhuma chegou tão alto quanto o tecto azul.

Como numa casa inacabada, parecia haver uma folha plástica por cima delas,

em vez do telhado

no princípio do outono chuvoso da minha compreensão.


      A bonita poetisa nasceu em Elbasan, Albânia, em 1968. Cresceu sob prisão domiciliária durante a ditadura estalinista de Enver Hoxha, o que comprometeu o início dos estudos. Quando o regime caiu, em 1990, tirou um curso de Filologia na Universidade de Tirana e trabalhou como professora, editora e jornalista. A sua poesia destaca-se por fortes imagens, humor, sensibilidade, e por uma particular enfase na condição humana no leste europeu.


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