Joaquim Manuel Magalhães

 


Juntamos toros e gravetos

para a lareira. Na mata

flutua o crepúsculo.

Marcos de luz a findar.


Vagas de zimbro, escórias,

o arpão do esquecimento.

A súbita melancolia da casa.


As janelas abrem para o rio

e a barra da ilha com névoa.

Podias ser tu de céu a céu.


A inquieta certeza da poesia

não admite questões. Descobre-se

ao virar da vinha, quando chegamos

ao tanque e não há ninguém.


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