Somos folhas breves onde dormem
aves de silêncio e solidão.
Somos só folhas ou o seu rumor.
Inseguros, incapazes de ser flor,
até a brisa nos perturba e faz tremer.
Por isso a cada gesto que fazemos
cada ave se transforma noutro ser.
Não é bem assim Sr. Eugénio. As aves passam junto ás nossas janelas e redopiam, redopiam. Parecem livres e seduzem-nos até abrirmos a portada. Ao sentirem a oportunidade, entram e redopiam devagar até caírem mortas dentro de nós.
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