Há vários tipos de louco:
O hitleriano, que barafusta.
O solícito, que dirige o trânsito.
O maníaco fala-só.
O idiota que se baba,
explicado pelo psiquiatra gago.
O legatário de outros,
o que nos governa.
O depressivo que salva
o mundo. Aqueles que o destroem.
E há sempre um
(o mais intratável) que não desiste
e escreve versos.
Não gosto destes loucos.
(Torturados pela escuridão, pela morte?)
Gosto desta velha senhora
que ri, manso, pela rua, de felicidade.
Florbela Espanca
escreveu "Afinal, quem é que tem a pretensão de não ser louca?... Loucos
somos todos, e livre-me Deus dos verdadeiros ajuizados, que esses são piores
que o diabo!"
Sem comentários:
Enviar um comentário