É estranho chegar aos sessenta
para entender - mais ou menos - o mistério
da vida.
Ao contrário do esperado,
a escuridão vai-se esfumando
como a doce névoa da infância.
É mais fácil distinguir a beleza
que mora no desvão das horas.
Cada sorriso cobra o seu valor
de repente, cada palavra o seu eco
revelador na alma.
Estar vivo
basta. Não há já ameaças
nem batalhas para perder o tempo,
apenas o simples pulsar da vida
que se ajusta a nós como os passos
ao caminho, como a mão ao toque
da pele mais próxima ou mais amada.
Apenas um destino humilde que se cumpre.
Estou a fazer 64, Sr. Alfredo, e concordo em absoluto com o seu texto. Sobretudo com o verso "É mais fácil distinguir a beleza que mora no desvão das horas".
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