Madalena de Castro Campos - Drama Romântico

 


Tinha o que merecia.

No cinema não encontraria melhor. Nos livros,

talvez. Relações ilícitas no século dezanove.

Gente

para quem a carne era coisa de putas e de pobres,

mulheres pagas para

limpar o chão e abrir as pernas.

Parir, se tivesse de ser, algures na província,

por entre porcos e paredes de pedra.

O resto era consigo. Conseguia ver-se,

sozinha com a criança,

a avançar pelas ruas e bater às portas.

Numas mais escorraçada do que os cães, noutras,

piedosas,

a dizerem-lhe que entrasse pelas traseiras.

Comeria na cozinha com os criados.


     Relevante a dureza do primeiro verso.


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