Esperando uma justa recompensa vamos entrando nos
anos.
Mais valia apascentarmos ovelhas
e, se chovesse, abrigarmo-nos debaixo de uma
árvore frondosa
para escutarmos, como bons cordeiros, em paz e
sossego,
as reprimendas de Deus.
Ou ir ao bosque abater árvores de modo a que
o nosso corpo laborioso se adaptasse, a pouco e
pouco,
como um machado,
ao ritmo dos golpes no tronco.
Abrir um buraco, pelo menos, na solidão.
Já ninguém escreve ao coronel.
Um farsante sobe à cena e faz girar os olhos
e a poeira é removida. Louvado seja até aos céus.
Mas ao cair da noite todas as partículas dessa
poeira
hão-de voltar a cobrir, imóveis, o solo.
Assim, quando de súbito começarem a soprar
ventos mais quentes
apanhar-nos-ão desprevenidos e não saberemos
recordar
em que ângulo exacto deveríamos desfraldar
as velas das nossas camisas.
Tradução Do trapézio, sem rede
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