Teu argumento, môça, faz com que eu abandone
os livros, o corpo a corpo com a sabedoria, e saia
contigo, pelo sítio
aprendendo a linguagem da chuva, a passarinhagem
irresponsável e o travo selvagem das frutas.
Teu braço me mostra o vento nas goiabeiras – as melhores
rimas
e teu olhar descobre definitivamente o farol que
em plena manhã
se recomenda à gratidão dos arrecifes, das canoas,
dos penhascos e das proas.
Estou contigo. Nem Homero me levará mais
para a libertinagem da imortalidade. Aqui os clássicos
se dissolvem
nos papagaios que as crianças soltaram no céu
para lutar com os albatrozes.
Sei agora, môça, que meus pés nus na areia
estão pisando o chão da Descoberta.
Já não preciso de versos para saber que estou
vivo.
Estou caminhando entre as árvores sem nenhum compromisso.
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