"Não estou — espero — me
julgando com excesso de imparcialidade. Mas preciso ser um pouco imparcial
senão sucumbo e me enredo na minha forma patética de viver. Aliás fisicamente
tenho algo de patético: meus olhos grandes são infantilmente interrogativos ao
mesmo tempo em que parecem pedir alguma coisa e meus lábios estão sempre
entreabertos como se fica diante de uma surpresa ou então como quando o ar que
se respira pelo nariz é insuficiente e então se respira pela boca: ou então
como ficam os lábios quando estão prestes a serem beijados. Eu sou, sem ter consciência
disso, uma armadilha.
Apesar de sagaz, não
compreendo realmente o que está me acontecendo. E o mundo a exigir decisões
para as quais não estou preparada. Decisões não só a respeito de provocar o
nascimento de fatos mas também decisões sobre a melhor forma de se ser.
Uma tensão de corda de
violino."
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