A Torre do Carbureto, que surge no
meio da Buna e cujo cume raramente se vê no meio do nevoeiro, fomos nós que a
construímos. Os seus tijolos foram chamados Ziegel, briques, tegula,
cegli, kamenny, bricks, téglak, e foram cimentados pelo ódio; o ódio e a discórdia,
como na Torre de Babel, e é assim que a chamamos: Babelturm,
Bobelturm; e odiamos nela o sonho demencial de grandeza dos nossos
patrões, o seu desprezo por Deus e pelos homens, por nós homens.
E ainda hoje, como no conto antigo,
nós todos sentimos, e os próprios Alemães sentem, que uma maldição, não
transcendente e divina, mas imanente e histórica, paira sobre essa construção
provocatória, alicerçada na confusão das linguagens e erigida a desafiar o céu
como uma blasfémia de pedra.
in, Atalhos de Campo
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