«O que é fascinante na natureza é a correspondência entre a
ordem microscópica e a desordem global, o contraste entre a organização, com as
suas simetrias bem definidas, duma folha ou duma flor, e o desenvolvimento
competitivo e aleatório dum campo de erva ou duma floresta. O crescimento
orgânico da natureza é uma competição entre estas duas tendências, entre a
regularidade da poupança de energia e a generalização da confusão ou caos
entrópico (primeira e segunda lei da termodinâmica). Mas a percepção destas
ordens e desordens depende da distância a que se coloca o observador (…). Vista
de longe, a floresta exibe uma certa arquitectura de conjunto, mas com a
aproximação a desordem instala-se para finalmente a ordem voltar a ser
recuperada na intimidade do close-up».
Jorge Calado in, Documentos
para artistas – As relações entre a fotografia e a pintura
Tudo na natureza tende para um certo tipo de equilíbrio e
essa característica, tão prudente, ajuda-nos também a entender a
nossa própria natureza.
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