Am 8,4-7

      
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        Leitura da Profecia de Amós

      Escutai bem, vós que espezinhais o pobre e quereis eliminar os humildes da terra. Vós dizeis: «Quando passará a lua nova, para podermos vender o nosso grão? Quando chegará o fim de sábado, para podermos abrir os celeiros de trigo? Faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas. Compraremos os necessitados por dinheiro e os indigentes por um par de sandálias. Venderemos até as cascas do nosso trigo». Mas o Senhor jurou pela glória de Jacob: «Nunca esquecerei nenhuma das suas obras».

      Neste domingo, esta foi a primeira das três leituras nas liturgias católicas em todo o mundo. O oráculo que nos é proposto é uma denúncia das actividades dos que "espezinham o pobre" e querem "eliminar os humildes da terra". Quem são, em concreto, esses que o profeta denuncia? Trata-se de comerciantes de ontem e de hoje que maximizam lucros minimizando custos, mesmo nos dias de sábado e de lua nova (dias sagrados, em que as actividades lucrativas eram suspensas).
      Os humildes eram o povo genuíno que passava o lume de porta em porta, escrevia orações nas sementeiras, nas mondas, nas regas e nas colheitas e que pedia a bênção do Criador. Com o progresso da industrialização, o homem humilde quase desapareceu, forçado à ignorância para ser controlado, tornado escravo dos media e do consumo é hoje um joguete nas mãos dos que são descritos nesta leitura de Amós. A moral católica não tem conseguido moralizar o capitalismo.

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