Acolher é a atitude unívoca de quem recebe o peregrino que passa e lhe oferece tudo o que tem de coração aberto: o descanso, o alimento, o conselho, a paz. Restabelecido e reconfortado o peregrino parte e segue viagem.
Na nova evangelização, mais importante do que ficar à espera e abrir a porta a quem passa, é deixá-la entreaberta e partir para envolver. A atitude passa a ser biunívoca e cria-se a possibilidade da espiritualidade activa reciproca. É este aspecto - envolver - que tem faltado ao longo dos séculos no cristianismo. No renovado Pátio dos gentios, o pastor não se deve colocar nem no fim do rebanho (orgulhosamente só), nem no inicio (orgulhosamente só), mas no meio.
2 comentários:
Não tem faltado acolhimento, ao longo dos séculos. Tem havido, mas escasseia; não é tanto quanto a autenticidade de uma identidade cristã exigiria, mas vai existindo. É o testemunho de tantos e tantas que, renunciando a tudo e a si mesmos se doam ao serviço, vendo Jesus Cristo naqueles e naquelas que servem: doentes, pobres, abandonados, perseguidos, refugiados...
Como diz o Papa Francisco "O maior poder é servir". Como diz, e bem, tem havido testemunhos impressionantes de cristãos - sobretudo em momentos de pobreza e guerras - mas falta à hierarquia envolver e não ditar às pessoas a procura do sagrado. Há catequese por fazer, rituais gastos, a renovação do choque com o tempo moderno, a descoberta de Deus para lá da Palavra. Uma coisa sabemos, sem o sagrado, a vida é seca como este quente dia de verão.
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