José Almada

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Ah! Se um dia o Pedro louco
Soltasse da terra um braço
E atirasse para o espaço
Qualquer coisa,
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Mas não, é mouco! É mouco! É mouco!
É mouco é!
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E desde que nasci
Haja paz ou guerra
Nunca o vi noutra coisa
Nas soleiras das calçadas
Nas ruelas, nas escadas.
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É mouco! É mouco! É mouco!
É mouco é!
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Ah! Se um dia o Pedro louco
Soltasse da terra um braço
E atirasse para o espaço
Qualquer coisa,
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Mas não, é mouco! É mouco! É mouco!
É mouco é!
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E desde que nasci
Haja paz ou guerra
Nunca o vi noutra coisa
A morrer pelos outros
nas ruelas e calçadas
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É mouco! É mouco! É mouco!
É mouco é!
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Resiste, mesmo na cova e berra
Mas não atira cá para fora as flores vermelhas
Que enfeitam a terra.
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É mouco! É mouco! É mouco!
É mouco é!
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Ah! Se um dia o Pedro louco
Soltasse da terra um braço
E atirasse para o espaço
Qualquer coisa,
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Mas não, é mouco! É mouco! É mouco!
É mouco é!
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Agora que estou só
Já posso arrancar da boca
Os versos da canção que te alimentará
A morrer pelos outros
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É mouco! É mouco! É mouco!
É mouco é!
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Ah! Se um dia o Pedro louco
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Nota: Passados tantos anos, esta canção é ainda um mistério. Quem a associou à guerra coloneal? O que levaria josé Almada a trocar 'mouco' por 'louco' nas gravações recentes? Porque é omitido nos créditos o autor dos versos, José Gomes Ferreira? Serão as alterações melódicas recentes devidas à idade do cantor? Seja lá o que for, a ironia no último verso do refrão é única na música portuguesa.

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