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Dois cliques
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Nicolas Poussin - Um bailado de música do Tempo
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É um prazer ler o quadro após os dois cliques sobre a imagem. Todos os motivos descrevem a condição humana entre o que ela é de efémera e duradoura. O velho pai Tempo - a lembrar L. Cohen em 'The Guests' - toca para os convidados que dançam mesmo à sua frente: a Riqueza, o Prazer, a Virtude e a Pobreza. O bi-busto de pedra de Jano mostra o rosto jovem que olha para o futuro e o rosto velho voltado para o passado. Os romanos invocavam Jano para abençoar cada novo ciclo - e daí a origem da palavra Janeiro.
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Junto à base da estátua, uma criança faz bolas de sabão que simbolizam a brevidade. No esplendor de cada uma, o segundo a seguir já é memória. Do outro lado, outra criança com uma ampulheta avisa que ainda há mais areia na parte de cima do que na de baixo e que o baile pode continuar.
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Mas a chave do quadro está no modo como as personagens que dançam dão as mãos, se olham e estão ou não calçadas. Ficamos sem saber se a Pobreza e a Riqueza algum dia darão as mãos, em contraste com o aperto firme do Prazer. Entretanto, o séquito de Apolo passa no céu.
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