As
árvores como os livros têm folhas
e
margens lisas ou recortadas,
e
capas (isto é copas) e capítulos
de
flores e letras de oiro nas lombadas.
E
são histórias de reis, histórias de fadas,
as
mais fantásticas aventuras,
que
se podem ler nas suas páginas,
no
pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As
florestas são imensas bibliotecas,
e
até há florestas especializadas,
com
faias, bétulas e um letreiro
a
dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É
evidente que não podes plantar
no
teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para
começar a construir uma biblioteca,
basta
um vaso de sardinheiras.
Que ideia feliz comparar um livro a uma árvore e, também, comparar uma biblioteca a uma floresta. Tive um professor que dizia "Criar com comparações é fácil. Se as retirarmos, tudo se transforma em metáforas e aí sim, a luz e a escuridão batem no texto." Na Coimbra dos anos 80, na Faculdade de Letras, nas aulas de Literatura Norte-Americana, do João Paulo Moreira.
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